O Art. 227 do Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990 diz: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. Baseado neste artigo é um fato de que o trabalho infantil é totalmente inaceitável! Como uma criança terá tempo para estudar e brincar, se ela estaria trabalhando? Como uma criança pode estar segura e respeitada sendo explorada?
Ter o trabalho infantil no mundo é um problema muito maior do que podemos imaginar. Além de ter a exploração da criança e do adolescente, colocando suas vidas em risco com baixa segurança, se pararmos para pensar tudo isso afeta a economia de um país. Se as crianças não estudarem consequentemente não terão um emprego com formação académica adequada e com isso talvez não conseguiriam uma vida social boa, afetando o número de pobreza no país. A falta de educação não faz um país crescer e se desenvolver, e educação se inicia desde criança.
Isso não é o foco principal com que se preocupar- afinal preservar a vida de uma criança é mais importante - mas tem muito com o que se refletir sobre esse assunto.
Hoje em dia, a maioria das pessoas sabem que existe esse tipo de exploração, mas talvez não sabem a gravidade do perigo, ou não sabem que esse tipo de atitude pode estar mais perto delas, do que elas imaginam. Falar que existe o trabalho infantil e pronto é relativamente “fácil”, mais a partir do momento em que procuramos e descobrimos fatos, dados e porcentagens ou até mesmo vivenciamos isso em nossas vidas, é algo muito chocante. Falo isso, pois foi assim que me senti quando eu descobri - não que eu não sabia- mas eu não tinha acesso a informações mais concretas, e de altas porcentagens.
Com isso cabe ao governo se responsabilizar por esse problema, direcionar dinheiro para a educação e punir severamente aqueles que praticam o trabalho infantil, trazer mais informações sobre esse assunto, colocando em jornais, rádios, lugares onde a população tem mais acesso com frequência, tratar desse assunto como uma realidade, para as pessoas terem a consciência de que não é brincadeira.
Acredito também que nós como cidadãos não podemos ficar esperando atitudes soberanas que não temos controle de quando elas podem ser feitas ou não, então podemos fazer nossa parte, compartilhando nosso conhecimento, fazer campanhas, ajudar a denunciar, participar de protestos e outros meios para fazer com que isso acabe de vez.
Eu tenho 13 anos, sou adolescente e nada melhor do que falar sobre um assunto com propriedade é se imaginar nessa situação. Eu não conseguiria me dedicar ao trabalho, estudos, lazer e tudo ao mesmo tempo, neste momento sofro por outras crianças e adolescentes que não têm os mesmos privilégios e oportunidades que eu.
Joana de Queiroz
Estudante: Cursando o 8º ano
Texto escrito em fevereiro de 2021
Parabéns pelo excelente texto, bem elaborado, realista e argumentativo. E, acima de tudo, a adolescente Joana expressar sua consciência da realidade, preocupação e respeito por todos os jovens cidadãos.